domingo, 30 de novembro de 2008

minha cidade




Cada vez que volto à São Paulo a confusão de sentimentos que nutro em relação a esta cidade se acentua. E são exagerados, proporcionais ao seu tamanho, sua população e sua diversidade.

Me sinto feliz e em êxtase quando almoço com minhas amigas em um bom restaurante na região da paulista e depois caminho em direção às livrarias que só tem igual aqui, ou aos cinemas com filmes que também só passam aqui. Li no jornal que acabou de inaugurar uma livraria especializada em livros de literatura fantástica. Em que outro lugar poderia existir um comércio desse tipo?

Caminho na nova calçada da Paulista, menos charmosas do que a antiga, mas o saltinho do sapato agradece a reforma e fica feliz em não enrosacar a cada três passos, e a imagem já é jargão-todo o tipo de gente andando apressada, como se o mundo fosse acabar em alguns instantes. Passo por botecos e restaurantes charmosos, passo pelo MASP, pelo Trianon e penso "como consigo viver longe disso tudo?".

Conheço algumas pessoas que se sentem oprimidas pelo tamanho daqui. Não é o meu caso. Me sinto liberta em uma cidade em que as pessoas não me olham e não se interessam pela minha vida.

E mesmo não aproveitando um décimo do que São Paulo tem para oferecer, gosto de ter opção, de pensar que seu eu quiser, tá lá, é só ir.

Mas também tem muita coisa aqui que me incomoda. A maior parte da cidade é muito feia, mesmo na era Kassab.

Ficou melhor sem aquele monte de faixadas cobertas e anúncios?Claro que sim.
Mas o que tinha por trás das faixadas agora está exposto é não é bonito. As ruas de comércio ainda são muito feias. E os camelôs nas calçadas impedindo o trânsito dos pedestres e vendendo quinquilharias que na sua maior parte são falsificações ou muambas. Como pode a ilegalidade estar assim tão na cara e nada ser feito?

O trânsito então, daria uma tese de mestrado...

Sabemos que durante a semana, entre 07h e 09h e entre 17h e 19h é praticamente impossível sair do lugar. O que não significa que fora destes horários a locomoção flua levemente. É uma incógnita, a meu ver um mistério impossível de ser desvendado saber onde e quando iremos nos deparar com a lentidão.

As distâncias são muito longas. Ao combinar algum evento com amigos sempre tentamos achar um local "meio do caminho" para evitar que o tempo dentro do carro não exceda o tempo de diversão. Nem sempre a estratégia funciona. Ontem fui visitar uma amiga que teve bebê e o trajeto até sua casa durou 1h10. Domingo e sem trânsito!!

E daí penso "Como conseguia viver no meio deste caos?"

Por enquanto acho que encontrei a fórmula mágica: moro em Curitiba, cidade linda, limpa e com ótimas opções gastronômicas e culturais e venho para São Paulo passear, rever os amigos e curtir o que só encontro aqui!

Um comentário:

Adliz Jamile disse...

Não acredito que vc veio para São Paulo e nem falou nada, rs!!! Queria ter te conhecido, snif!!!
Da próxima vez avisa!!!! :)
Beijocas, Adliz!