terça-feira, 23 de setembro de 2008

vozinha

Ontem foi meu primeiro dia lonly aqui em casa. Tive meus momentos de tristeza, mas seguindo a sugestão de muitos de vocês, resolvi voltar para minhas "artes". Não estava muito disposta e para "pegar no tranco" resolvi fazer algo mais rapidinho, pouco elaborado, mas com uma foto que é muito importante para mim.
Nela estou com minha Vó Maria, essa velhinha, doce, meiga, carinhosa, que gerou e criou dez filhos (!!!) - meu pai é o caçula - e teve não sei quantos netos e bisnetos. Ela morreu em 2003, com 102 anos e nesta data já tinha até um tataraneto!
Lembrar dela é lembrar das minhas férias em Ribeirão Preto, da sua mão macia, da sua macarronada, de bolo de chocolate, brincar de Panteras no fusca da minha tia Pipia (essa é tão especial que merece um post exclusivo), fazer bolinha de sabão com caule de mamona, cuidar de pedrinhas como se fossem bonecas - com direito a banho e tudo, calor de rachar, banho no tanque, fuligem de cana queimada...
O tempo não volta, mas lembrar é reviver e é muto bom!

2 comentários:

poesia potiguar disse...

Ai, que vovó mais fofa...
Adorei o texto e porta-retratos, Cá!
Lindos!

Anônimo disse...

Minha mãe era descendente de índio - meu pai,pejorativamente dizia que ela "vinha de bugres" - analfabeta, carinhosa, solidária e bastante inteligente.
Rotineiramente eu lhe telefonava aos domingos de manhã para saber como ia indo, para lhe mandar e - claro, melhor ainda - receber beijos; no final do telefonema ela fazia questão de mandar "lembranças" para a Eva, Cássia, Sílvia, Rogério, Sr. Henrique,
Dona Izaura. Não esquecia de ninguém!
No início de janeiro de 2003, ano de sua morte, eu lhe telefonei e no finalzinho ela me disse: "Parabéns, Orlando!".
Como faltavam dois dias para meu aniversário pensei:
- "Mãe está confusa"!
Ela então, lá do longínquo Pedregulho, parece que advinhando meu pensamento, completou:
-"Abraços também na Eva; hoje é aniversário do casamento de vocês. Na terça será seu aniversário. Parabéns e Deus te abençoes!"
Salvo pelo gongo,ou pela santa mãe. Eu havia esquecido completamente que era dia de aniversário de meu casamento; aproveitei e dei um beijo gostoso em minha mulher querida.
Essa era minha mãe - a Dona Maria - vó da Cássia, da Sílvia e de mais um "montão" de netos, netas, bisnetos, bisnetas e um ou dois - não me lembro - tataraneto; de todos sabia o nome, o dia do aniversário; por todos rezava, por todos chorava e por todos se alegrava. Saudades!